sábado, 11 de outubro de 2014


É possível distinguir a essência da existência no ente?
 
 
Ao questionarmos o cidadão comum  sobre  o significado das palavras ente, ser, e essência vamos ouvir como respostas:  ente é o ente querido; ser é um verbo, e a essência é a aromática a de baunilha. O conhecimento que queremos, entretanto, é o que ultrapassa o saber comum. É aquele que penetra nos caminhos nada fáceis da filosofia metafísica.

Primeiramente, filosofia significa amigo da sabedoria e a metafísica - uma divisão desta  filosofia  - é o termo usado para falar de algo que está além da física, isto é, fora do alcance dos sentidos. Para  nos explicar o significado desses três vocábulos, vamos contar com a ajuda de filósofos gregos, árabes, judeus, e italianos, dentre outros, que já estudaram esses termos há mais de dois mil anos.

Para estes sábios, o ente significa qualquer coisa que nos rodeia. O ente somos nós, é o livro que estamos lendo, é o nosso carro, é a mosca. Logo, tudo o que experimentamos através dos nossos órgãos sensoriais vem a ser um ente. O ente é a casa do ser, é a máscara por trás da qual vamos encontrar o ser. Porém, é o ser quem atualiza a existência do ente. Parece complicado, não?  E é mesmo. Mas, calma, vamos chegar  a um entendimento básico.

Quando falamos de ente estamos nos referindo a um conceito que é considerado como uma palavra-chave da filosofia. Mais uma coisa: o ente deve ser entendido  em sua totalidade e não apenas como uma  parte do todo. A totalidade de um carro é ele todo. Um pneu não é o carro; e o volante da direção também não é o carro.

O ser, por sua vez,  não pode ser definido. Somente podemos  encontrá-lo no ente ou em tudo aquilo que exista. No momento em que lemos este artigo, o ser está presente em ato, isto é, ele está existindo.  E assim, podemos dizer que o ente tem existência porque tem o ser.

Vejamos agora a estrutura que sustenta o ente. Ela é formada pela essência mais a existência que, como já vimos, é o ato de ser. A essência, por sua vez, é o componente que distingue os entes uns dos outros. Ao vermos um objeto desconhecido a pergunta que aflora é: o que é isto? Esta indagação equivale a uma palavra de origem latina denominada  quididade. E a resposta a ela é a essência. Esclarecemos  que a essência não é o ser mas que se relaciona com ele como existência.

Resumindo nossa caminhada, ressaltamos que a essência e a existência fazem parte desse  todo a que damos o nome  de ente. Esperamos, assim, ter distinguido esses termos filosóficos - essência e existência - que encontramos no ente.

                José Laércio e João Marcus

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