A essência
delimita o ser de cada ente?
Podemos afirmar também
que ente e ser são coisas distintas, (afinal o vaso não é a mesma coisa que
preenche seu interior) filósofos como Suares tentaram colocar uma união estre
este dois conceitos, mas isto seria um erro como aponta Tomás de Aquino, assim
como outros autores que diversificam a forma de ação da essência e da
existência (como Boécio que entendia a essência sendo de alguma forma anterior
ao ser, transformando este, em uma espécie de acidente) no ente, mas em sua
maioria estão de acordo os filósofos em diferenciarem o sentido e ação da
essência e do ser.
De tudo o que foi
dito acima, podemos de certa forma resumir na seguinte frase: “O ente só é ente
enquanto o ser lhe der sua existência”. Se o ente necessita da existência dada
pelo ser, logo fazer esta distinção entre ser e ente é necessária.O ente é sempre um processo de ser, pois este é atualizado pelo ser. Essência é aquilo que delimita o que eu sou, a minha essência de homem é o que me faz ter a exata existência (ser) que a minha humanidade necessita. A essência apenas possui a existência, ela possui a existência e não é a própria existência, se assim fosse acabaria se tornando aquilo que Tomás entendia como o ser necessário, ou como nós conhecemos Deus.
Tomás de Aquino
confere uma distinção forte entre ambas, ainda que essência e existência sejam constituições
de um mesmo ente. Tomás de Aquino em sua metafísica destaca a centralidade do
ser. Para ele o ser é aquilo que faz que a essência seja. Pode parecer redundante
mas é exatamente isto. A atualização da essência dependente da existência que a
atualiza. Sendo assim, além da clássica definição de ‘ser forte’ e ‘ser fraco’,
como graus de perfeição (homem, anjos e Deus), a principal contribuição é a
tese da distinção entre essência e existência, onde a existência considerada
sempre como ato, não poderá se confundir com a essência que atualiza, já que
não se compreende a essência necessária em relação ao ser.
Cláudio, Pedro e Saulo