sábado, 11 de outubro de 2014


A essência delimita o ser de cada ente?
 
O ente, antes de qualquer coisa, é porta de entrada para metafísica, nada podemos afirmar do ser sem antes passarmos pelo ente, isto porque o ente é o vaso onde se recebe o ser. Do ser nada sabemos sem antes investigarmos o ente, por isso é certo afirmar que a metafísica se faz inicialmente questionando-se sobre o ente.

Podemos afirmar também que ente e ser são coisas distintas, (afinal o vaso não é a mesma coisa que preenche seu interior) filósofos como Suares tentaram colocar uma união estre este dois conceitos, mas isto seria um erro como aponta Tomás de Aquino, assim como outros autores que diversificam a forma de ação da essência e da existência (como Boécio que entendia a essência sendo de alguma forma anterior ao ser, transformando este, em uma espécie de acidente) no ente, mas em sua maioria estão de acordo os filósofos em diferenciarem o sentido e ação da essência e do ser.
De tudo o que foi dito acima, podemos de certa forma resumir na seguinte frase: “O ente só é ente enquanto o ser lhe der sua existência”. Se o ente necessita da existência dada pelo ser, logo fazer esta distinção entre ser e ente é necessária.

O ente é sempre um processo de ser, pois este é atualizado pelo ser. Essência é aquilo que delimita o que eu sou, a minha essência de homem é o que me faz ter a exata existência (ser) que a minha humanidade necessita. A essência apenas possui a existência, ela possui a existência e não é a própria existência, se assim fosse acabaria se tornando aquilo que Tomás entendia como o ser necessário, ou como nós conhecemos Deus.

Tomás de Aquino confere uma distinção forte entre ambas, ainda que essência e existência sejam constituições de um mesmo ente. Tomás de Aquino em sua metafísica destaca a centralidade do ser. Para ele o ser é aquilo que faz que a essência seja. Pode parecer redundante mas é exatamente isto. A atualização da essência dependente da existência que a atualiza. Sendo assim, além da clássica definição de ‘ser forte’ e ‘ser fraco’, como graus de perfeição (homem, anjos e Deus), a principal contribuição é a tese da distinção entre essência e existência, onde a existência considerada sempre como ato, não poderá se confundir com a essência que atualiza, já que não se compreende a essência necessária em relação ao ser.
Cláudio, Pedro e Saulo
 

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