sábado, 11 de outubro de 2014


O ente e o ser
 
 
Este artigo visa tratar necessariamente sobre a estrutura fenomenológica do ente tendo como princípio o texto “Fenomenologia das estruturas do ente” da obra Ontologia e Metafísica de Batista Mondin, veremos brevemente a visão de alguns estudiosos sobre tal assunto demonstrando de forma teórica e concisa a compreensão do ente na história filosófica. O objetivo aqui é apresentar os principais conceitos da metafísica do ser e uma simples compreensão sobre o assunto, que servirá para futuros estudos filosóficos.
 
De imediato distinguimos os conceitos “ENTE” e “SER” para uma melhor compreensão do artigo. Ente em sua forma metafísica significa “tudo àquilo que é”. O Ser se refere à existência deste ente, podemos exemplificar o ente como qualquer intelecção de nossa mente, aqui o destacaremos como sendo o homem, é ele o único ente capaz de raciocinar e de indagar-se sobre o ser, assim sendo é o objeto da exploração ontológica da metafisica.

Aristóteles foi o primeiro filósofo a fazer uma designação precisa sobre o ente, o distinguiremos como substancial e acidental, lógico e real, e por fim, potência e ato. Compreendemos como substancial o ente que subsisti em si, visto que o acidental esta em relação de dependência do outro. O ente lógico existe somente na mente e o real independe do pensar para a sua existência. Já a distinção em potência designa sua qualidade de estar para ser (devir), enquanto ato o qualifica como plenamente realizado.

A estrutura fundamental do ente depende de sua compreensão, é bem complexa, devemos ter cientes que o conceito “ente” não é concordante ao conceito “ser”, aqui observamos o ente como essência e ser como existência. No ser temos três princípios: o FORTE que se origina da “perfeição máxima” (Deus), que oferece ao ente a existência; o MENOS FRACO que é o homem (ente contingente que não subsiste em si), e em última estância temos o conceito de FRACO que se remete a qualquer ser ou ente, o ente comum (esse comune).

Em Severino Boécio temos pela primeira vez a clássica diferenciação entre “esse” e “id quod est”, ou seja, ser e essência. Avicena define a essência como sendo aquilo que a coisa é, e a existência como um modo de ser. Maimônides considera que no ser necessário (Deus) sua existência é sua própria essência. Estes filósofos essencialistas postulam em comum que a existência é acessória a essência, ou seja, é acidente da essência.

Por fim, Tomás de Aquino, bebe dos ensinamentos destes filósofos adequando-os ao seu conceito intensivo do ser, considera-o como uma super categoria, deixando de lado a ideia de acidente, para ele a essência é como um recipiente que comporta tanto de ser quanto sua capacidade, portanto essência e ser são a estrutura fundamental e primária do ente. Não há, segundo ele, nenhum mais importante que o outro. Há de se ressaltar, porém, que todos os entes finitos em relação com o ser serão sempre precários, frágeis e contingentes.

 Eduardo Miguel da Silva – Jean Carlos de Andrade – Johnys Ferreira Dutra
 

 



 
 
 
 

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